Pesquisadores constataram que os adolescentes precisam de mais horas de sono do que qualquer outro grupo de pessoas. Eles precisam , em média de 9 horas e meia de sono por noite. A tendência natural dos adolescentes é dormir e acordar cada vez mais tarde. Aqueles que não dormem a quantidade de horas necessárias apresentam com mais frequência, comportamento irritadiço e maior dificuldade em manter a concentração em sala de aula.
As pesquisas
apontam que 56% dos jovens com TDAH têm distúrbios do sono. Eles apresentam
dificuldades tanto para dormir quanto para acordar. Mesmo quando se deitam
cedo, não conseguem dormir logo. Alem disso, jovens com TDAH frequentemente não
dormem bem: 55% acordam com a sensação de “estar cansado”, mesmo após dormir 8
horas ou mais. De facto,
uma das maiores queixas dos pais de crianças/jovens com TDAH é a dificuldade em
acordá-los de manhã. O desafio diário para conseguir fazer o jovem levantar-se
cedo, não raramente produz alto nível de stress familiar. Na verdade este é um
momento crítico, pois a pressão colocada sobre a criança/jovem para que se
levante, quase sempre vem acompanhada de brigas, críticas, confusão, pressa, e
toda a sorte de fatores e condutas que aumentam a sobrecarga de frustração
emocional, sensação de impotência e desânimo. Decididamente, esta não é uma boa
maneira de começar o dia. A criança/jovem com TDAH e distúrbio do sono, que já
tem que lidar habitualmente com as suas dificuldades, que não tem um sono
reparador e ainda passa por esta pressão ao acordar, já chega à escola
altamente frustrado, irritado e ainda mais cansado. É fácil então concluir, que
tal processo se reflete no desempenho em sala de aula. Apesar desta
situação ser frustrante também para os pais, é preciso entender a “forma de
funcionar” dos filhos e buscar soluções, que estão para além de simplesmente
pressioná-los diariamente a levantar-se a todo custo e encarar a escola logo
cedo. O aumento
das demandas que vem ocorrendo desde o ensino fundamental ao universitário
contribui de forma expressiva para que os sintomas do TDAH estejam cada vez
mais visíveis, principalmente durante a adolescência. Os jovens têm mais aulas,
mais matérias, mais professores, mais trabalhos para entregar, mais tarefas de
casa, e tudo isso exige alta habilidade nas funções executivas, capacidade de
organização e atividades independentes. Como a criança/jovem com TDAH tem
disfunção executiva, ele sente-se
sobrecarregado, e, quase sempre, deixa as suas tarefas inacabadas. Nos Estados
Unidos e no Reino Unido, algumas escolas adotaram o sistema de horário
alternativo, iniciando as atividades escolares um pouco mais tarde, para
atender as necessidades específicas destes alunos. Os estudos comparativos
mostram que, jovens que adotaram horários de aula alternativos (a partir das 9
ou 10 da manhã), tiveram melhoras significativas no desempenho acadêmico e
social. Mas, algumas outras mudanças na rotina da família também podem ajudar. De acordo
com diversos achados científicos, as informações mais importantes são
processadas e consolidadas no nosso cérebro durante o sono. A falta de sono
afeta a memória e a habilidade de se concentrar. Imagine então, o efeito dos
problemas de sono numa pessoa com TDAH! É muito importante os pais entenderem a
conexão entre o déficit de atenção e problemas com sono, nos seus filhos,
envolvendo profissionais médicos e educadores na busca de minimizar os
prejuízos acadêmicos e pessoais.
É importante
também observar a existência de comorbidades nas crianças/jovens com TDAH.
Depressão e ansiedade, por exemplo, são comorbidades frequentes nas pessoas com
TDAH, e afetam diretamente a qualidade do sono.
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